Flagrante inusitado em Rebouças destaca contradição no cuidado com animais abandonados Por CLAYTON BURGATH Postado em 25 de novembro de 2024 0 Placa contra abandono de animais contrasta com a dura realidade local No dia 25 de novembro, o jornalista Clayton Burgath registrou uma cena emblemática na Rua Lisbela de Souza Franco, entre a rodoviária municipal de Rebouças e o trevo central de acesso à cidade. Próxima a uma placa que busca conscientizar sobre o abandono de animais, um cão solto foi flagrado à margem da via. A imagem reflete uma realidade preocupante: o aumento de cães abandonados em diversos pontos do município. Conscientização e ações para o controle populacional Em entrevista à nossa reportagem, Daina Leal, médica veterinária da Secretaria de Agricultura de Rebouças, destacou os esforços realizados para combater o abandono de animais. “Nos últimos meses, instalamos 20 placas educativas em pontos estratégicos da cidade. Elas fazem parte de contrapartidas vinculadas ao programa de castração financiado pelos deputados estaduais Luis Claudio Romanelli e Alexandre Curi”, explicou. O programa, que recebeu recursos do governo do Paraná, inclui, além das placas, a intensificação da vacinação antirrábica e a distribuição de cartilhas educativas para crianças. “A castração é a principal estratégia para o controle populacional. Em fevereiro do ano que vem, o Castrapet será executado no município, com a meta de castrar 215 animais entre cães e gatos, machos e fêmeas”, detalhou a veterinária. Desafios e limitações Apesar das ações, a situação permanece desafiadora. Segundo Daina, o abrigo municipal não realiza mais recolhimento de animais devido à Lei Municipal nº 2026/2017, que prevê a extinção do canil. A estratégia atual é focar na castração e no acompanhamento dos animais, promovendo a adoção e incentivando a figura do “cão comunitário”, alimentado e cuidado por moradores locais. “Ainda temos muitos pontos com histórico de abandono. Se tivéssemos 50 placas, colocaríamos 50, mas o intuito é alertar a população e reduzir esses casos”, afirmou. Além disso, eventos de conscientização, como os realizados em setembro, buscam envolver crianças e comunidades no cuidado responsável com os animais. Uma realidade que precisa mudar O flagrante jornalístico expõe a dualidade entre as ações educativas e a realidade persistente do abandono, por parte de muitos “tutores” de animais domésticos. Iniciativas como o Castrapet e campanhas de conscientização são passos importantes, mas o combate ao abandono exige uma mudança de mentalidade coletiva, maior engajamento da população e reforço nas políticas públicas. “Queremos criar um ambiente de educação e responsabilidade. O abandono não é só cruel com os animais, mas também um risco à segurança e à saúde pública”, concluiu Daina Leal. Final de cada ano sempre há aumento de abandono de animais domésticos Existe sim essa tendência de aumento no abandono de animais domésticos no final do ano. Isso ocorre por diversos motivos, incluindo: Viagens e Férias: Muitas famílias viajam durante as festas de fim de ano e enfrentam dificuldades para levar os animais ou encontrar locais onde eles sejam aceitos. Em alguns casos, acabam abandonando seus pets. Presentes Impulsivos: No Natal, filhotes de cães e gatos são frequentemente dados como presentes. Porém, muitas pessoas não estão preparadas para a responsabilidade a longo prazo, resultando no abandono posterior. Dificuldades Financeiras: O fim do ano é um período em que algumas famílias enfrentam maior pressão financeira, levando ao abandono de animais por falta de recursos para alimentá-los ou cuidar de sua saúde. Mudanças de Residência: É comum que as pessoas mudem de casa nessa época, e algumas alegam não poder levar seus animais para a nova residência, especialmente se for um apartamento com restrições. Cuidar de um animal é um compromisso para a vida inteira, e a conscientização é essencial para reduzir os números de abandono.