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Informativo da Educação de Rebouças

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Amar o trabalho é uma desculpa para ser explorado. Pois não importa se a infraestrutura necessária para desempenhar um bom serviço esta sucateada, eu amo meu trabalho. Não interessa se sofro assédio moral, pois eu amo meu trabalho. Não impacta o baixo salário, amo muito meu trabalho. Não faz diferença o adoecimento, só preciso amar o meu trabalho. Nada disso faz diferença, porque eu amo meu trabalho.

O amor se torna o narcótico que me mantém quieto e sentado fazendo meu serviço independentemente do quão exaurido me encontre. A exploração é irrisória frente ao meu amor, isso permite que o trabalho sugue minha vida até a morte. É o meu objetivo: trabalhar até morrer.

Precisamos superar essa ideia de amor à profissão. É indiscutível que gostamos do que fazemos, mas isso não quer dizer que temos que continuar segurando o mundo independentemente das circunstâncias que nos colocam. Não se reforma escola com amor. Não se mantém a sanidade mental com amor. Não se compra comida com amor. Não se dá aula só com amor. Precisamos de condições de trabalho. Precisamos de valorização profissional. Precisamos de capacitação. Precisamos de respeito. Precisamos de descanso.

O amor não pode mais se tornar a justificativa para exaurir nossa saúde, nosso tempo de vida e para trabalhar em qualquer condição. Ele tem que servir para caracterizar aquilo que sentimos pela nossa profissão sem que isso signifique uma relação tóxica.
Por: Marcos Vinicius Ferronatto – Professor

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